domingo, 17 de abril de 2011

Quando fui embora



Antes de dizer adeus eu relutei,
Precisava ter certeza da minha escolha,
Cada passo em falso poderia mudar minha vida,
Pesei cada verbo e adjetivo existente,
Para por fim concluir o óbvio:
Eu já não suportaria viver aquela vida,
Pois tudo que existia parecia vazio,
E nada mais faria nenhum sentido.

Sem dizer adeus fiz todo o plano,
Sairia sem mais palavras ou explicações,
A vida só faria sentido se eu arriscasse,
Então fui embora deixando tudo para trás,
Era triste e vibrante ao mesmo tempo,
Nunca poderei descrever o que sentia,
Porque eu sempre desejei ser livre,
E neste momento senti o vento em minhas asas,
Que desajeitadas batiam... e batiam...
Foi o melhor momento da minha vida!
...


Parte II



Nada mais seria simples agora
Estava andando a pé e sozinho
Sem família, destino ou amigos
Em quem deveria confiar afinal?
Que parte de mim estaria segura?
Continuei mentindo e jogando
E às vezes era preciso jogar sujo
Manipular, enganar e improvisar
Era apenas a vida querendo me mostrar
Todas as faces que eu escolhi viver.

Não bastava ser livre neste momento
Era necessário ser homem de verdade
A arte da defesa eu tive que aprender
E a malícia que só o risco nos ensina
Mas há uma coisa que não posso negar
Eu tive sorte, muita sorte eu diria
Haviam outros como eu que se perderam
Não conseguiram ser fortes o bastante
Cruzei com alguns pela estrada da vida
Mas eu também cheguei perto da morte
Nos momentos em que nada mais importava
Eu pude ver o céu e o inferno juntos.

O tempo passava e trazia novas marcas
Eu finalmente parei de sofrer como antes
Pois na verdade já começava a me encontrar
Tive alegrias que jamais imaginei sentir
Com todo aquele novo mundo à descobrir
Não tive mais tempo de procurar nenhum vazio
E tudo parecia voltar a fazer sentido.

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